DIETA PALEO
 









A “moda” da dieta paleolítica começou em 2011, quando Loren Cordain – cientista americano, especialista em Nutrição e o fundador do movimento Paleo – decide publicar um livro, nos Estados Unidos, a defender que se quiséssemos ficar mais magros e saudáveis devíamos adotar um regime alimentar semelhante ao dos nossos antepassados do tempo da Idade da Pedra.

A dieta paleolítica centra-se na teoria de que alimentarmo-nos como os nossos antepassados permite emagrecer e prevenir a diabetes, o acne e as doenças cardiovasculares. Será mesmo assim? 

No Paleolítico, isto é, há mais de 10 mil anos, a agricultura ainda não existia e o ser humano estava dependente do que a terra espontaneamente lhe oferecia. O fogo tinha sido descoberto, comiam-se sementes, frutos, marisco, peixe carne e ovos. O açúcar, as leguminosas, os lacticínios, os cereais, a batata e os alimentos processados não existiam.

Loren Cordain, depois de analisar dados de 229 sociedades recoletoras, concluiu que 55% das calorias ingeridas diariamente provinham de proteína animal. Assim, os pilares desta dieta assentam numa elevada ingestão de proteína, fibra, potássio, vitaminas, minerais antioxidantes e fitoquímicos vegetais. Verificou também uma baixa ingestão de hidratos de carbono e sódio, uma ingestão moderada a elevada de gordura mono e polinsaturada, o equilíbrio na ingestão de ómegas 3 e 6 e da relação acidez/alcalinidade do organismo, que permitem minimizar o risco de doenças crónicas e a perda de peso.


Alimentos permitidos:
– Carne de vaca magra
– Porco: lombo ou costeletas
– Aves (frango, peru e galinha)
– Coelho, miúdos, faisão, codorniz, javali, pombo
– Ovos– Todos os peixes
– Marisco: amêijoas, camarão, santola, ostras, mexilhões, vieiras
– Todas as frutas
– Todos os legumes
– Frutos secos e sementes
– Óleos: azeite, óleo de linhaça, de abacate e noz


Alimentos a evitar:
– Laticínios: leite, manteiga, queijo, nata, gelado, iogurte
– Cereais: cevada, trigo, milho, aveia, arroz, centeio
– Sementes de cereais: amaranto, trigo mourisco, quinoa
– Leguminosas: todos os feijões, grão, ervilhas, lentilhas, amendoins
– Batata, batata-doce, tapioca, inhame
– Alimentos com sal, carnes gordas e curadas: bacon, toucinho, salsicha, fiambre, mortadela, carnes processadas, frutos secos com sal, produtos de charcutaria, costeletas de borrego ou porco com gordura
– Doces: bolos, mel, açúcares


Vantagens da dieta paleolítica:
– É rica em fibras, proteínas, vitaminas, minerais e antioxidantes.
– Fornece uma grande quantidade de óleos polinsaturados essenciais (ómega 3).
– Exclui grande parte dos hidratos de carbono.
– Não inclui os alimentos e/ou bebidas processadas.
– Tem um baixo teor de sal.


Desvantagens da dieta paleolítica:
– A carência de hidratos de carbono pode resultar em falta de energia e fadiga.
– Não é fácil de colocar em prática.
– Não está adaptada à vida moderna. Apesar da prática de exercício físico, o homem moderno não gasta tanta energia como o que viveu na era do Paleolítico.
– Implica uma monotonia na alimentação. Não contém quatro (laticínios, leguminosas, cereais, legumes) dos sete grupos da Roda dos Alimentos.

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Mariana Afra Pedro é Licenciada em Ciências da Nutrição pela Escola Superior e de Ciências da Saúde Egas Moniz e com Mestrado em Nutrição Clínica pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FM-UL) e Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa (ESTeSL-IPL).

Atualmente dá consultas no SAMS - Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas.